9 de setembro de 2007

Minha vida, como ela é...


Há dias em que não se deve sair de casa. Não pelo medo de que a terrível Mão do Destino irá nos trazer algum terrível sortilégio, ou por achar que estamos cumprindo um karma. Nada disso. Simples: você não deveria ter saído de casa. Só isso!
Desde que tomei um pé-na-bunda da ex, meu ânimo não anda lá dos melhores. A sensação de que sou candidato a “Trouxa do Ano” (Foda foi vê-la com o namorado atual), passa pela minha cabeça da hora em que acordo, até quando vou dormir. Claro que tenho procurado fazer outras coisas, como trabalhar, por exemplo. Trabalhar, estudar, correr, andar de bicicleta. Tudo isto. De todos estes prazeres (trabalhar?), andar de bicicleta tem sido um dos melhores. Desde o dia em que recebi o bilhete azul, fiquei duas semanas sem a bike. Além de problemas de saúde (“somatizando” diria Freud), precisei ter paciência pra colocar o pé na estrada, suar e imaginar que, sim, eu sou um cara legal, forte, bonito, e ... Todo cheio de hematomas, por tantas quedas, batidas de canela, etc.

Ontem foi um “daqueles” dias: pela manhã, tropecei no sofá, com o dedo mindinho; à tarde, foi a vez de bater o cotovelo; mas foi à noite que uma surpresa maior me aguardava. Não! Não foi um encontrão com alguém, e tampouco caiu um piano em cima de mim.
Apenas pisei na bosta!
Desde os primórdios da humanidade, o homem pisa em algum tipo de cocô: de cavalo, de boi, de macacos, patos, gatos, dinossauros, tigres dentes-de-sabre, e, também, de humanos. Porém não foi apenas o ato-em-si que me deprimiu. Ontem, à noite, saí com dois casais de amigos. Enquanto eu assistia a vitória de meu time – Cruzeiro 2 x 0 Grêmio – os dois casais começaram a discutir relacionamentos, “foras”, o que dava e o que não dava ciúmes, e, pés-na-bunda. Eu fingia que tava tudo bem. Continuava olhando a televisão atentamente, enquanto percebia que o meu “animômetro” ia perdendo pressão assustadoramente. O jogo acabou, a conversa seguiu para outros lados, e eu já era um verme simpático de duas pernas caminhando pela rua. Após uma parada breve para tomar sorvete com um dos casais (o outro foi de carro pra casa de uma amiga), seguimos à pé em direção ao Centro. A conversa tava boa. Eu chutava algumas pedrinhas, e íamos falando de qualquer coisa. Na cabeça passava o flashback do meu pé-na-bunda, com direito a câmeras de 360º, slow motion e tudo mais. Minha distração era tanta, que *ploft!* pisei em uma caca gigante que, a primeira vista, devia pesar uns 750g. Certamente o ser (humano ou animal) que fez aquilo deveria estar morto nas redondezas, pois era enorme. Foi uma pisada do tipo “patinada”, ou, pisa-escorrega, que te faz desequilibrar.
Soltei um “Ôôps!”, de surpresa, que me deu tempo apenas de dizer “Pô! Que merda!”.
O casal de amigos ria. Eu mesmo tentava rir. Na minha cabeça, minha ex também ria, e ainda dizia “Trouxa”. Mas o pior de tudo, foi a velhinha parada no portão, do outro lado da rua, que tapava a boca e dava umas gargalhadinhas contidas. Aquilo sim doeu bem fundo na auto-estima.
O difícil não foi pisar na merda, mas, em pleno sábado à noite, ser motivo de chacota pra uma velha sacana, que certamente contou pra amiga que chegou depois, como um rapaz grande e besta pisou naquela caca enooorme do outro lado da rua, e quase caiu sentado nela.
E assim minha história fez a alegria do bingo no sábado à noite.

Música do dia: "Loser" - artista Beck

Refrão:
"Soy un perdedor
I’m a loser baby,
so why don’t you kill me?"

8 comentários:

Anônimo disse...

Ozzyman, engole o choro!

Anônimo disse...

Ozzyman, engole o choro!

Ozzy, the Wizard disse...

(de cabeça baixa e fazendo beicinho)
Mas... Mas...
:)

Anônimo disse...

tudo na vida é feito de escolhas!
vc poderia não estar de baixo astral se realmente quisesse!
auto punição é escolha!
e ficará assim até que escolha sair dessa merda que vc enfiou o pé!

Anônimo disse...

"o sol nasce pra todos só não sabe quem não quer!"

Ozzy, the Wizard disse...

Anônimo:
Uns enfiam o pé na jaca, eu, na merda.
Mas não estou nela, ainda bem.
Auto-punição? hmmm... Já tenho trabalho demais pra ficar me punindo.
E eu gosto da música "Quando o Sol Bater na Janela do Teu Quarto", do Quatro Estações, do Legião Urbana, mas prefiro "Se Fiquei Esperando meu Amor Passar". Acho mais poético.

O texto foi sobre apenas um dia. Justificar o tom positivo ou negativo vai depender de cada um. Todos os dias são diferentes. Os textos também.
Careta pra vcs!
:P

Luciana disse...

Ler "pé na bunda" foi ruim, mas o pior mesmo foi ler "trouxa do ano". É, caro Marcelo, pessoas realmente podem mudar de comportamento e discurso dependendo do público alvo, não é?

Eu errei, assumi meu erro e fiz o que pude (pedir sinceras desculpas, inclusive mais de uma vez). Mas você ainda parece não entender (e não querer) admitir que errou também. Um relacionamento se faz de DOIS lados, não é mesmo?

Cuidado. Mantenha algo que sempre admirei e respeitei em você: seu caráter. Eu tenho sofrido na pele a profundidade do julgamento das pessoas pelo que falamos ou fazemos.

E se cuida (não sou só eu que estou precisando não).

Abraços,
Luciana.

Ozzy, the Wizard disse...
Este comentário foi removido pelo autor.