25 de novembro de 2005

Poesia que veio sem se apresentar...

A vereda onde passa o cão.
Vai seguindo só na contra-mão.
Não importa se sobe ou desce.
O caminho que era se esquece.
O desejo e a vontade se vão.
E você se arrasta no chão.

Passa o tempo de trás para frente.
O passado se torna presente.
O reverso do inverso se aflora.
E o espelho se abre na hora.
O saudável se torna doente.
E o sábio se torna demente.

Estes versos não falam de nada.
São palavras de contos de fada.
Mas o que anda na sua superfície.
É trabalho de outro artífice.
Sua rima parece encantada.
Mas na nona está acorrentada.

Um comentário:

Maria Deia disse...

E não é que o moço aí é poeta também??

Uia...

Surpresa boa... :)